Antes mesmo da pandemia, a indústria automotiva já estava passando por uma das suas maiores transformações da história. No pós-pandemia, então, o setor automotivo deve continuar com essa transformação.
Depois que o mundo foi abalado pelo novo coronavírus, começa uma nova revolução, mas com outros paradigmas. Aqui no Brasil, principalmente, a situação pode ser desafiadora para este setor.

Segundo a avaliação feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a recuperação do setor automotivo no Brasil após a pandemia será lenta. O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, avalia que a queda será cerca de 40% na venda de veículos este ano.
“O Brasil vai sair mais pobre dessa crise, e, claro, isso tem impacto no setor automotivo. É um setor onde há muita paixão, muita gente gosta de carro, mas com o desemprego e a queda no consumo a recuperação fica difícil” , avaliou Moraes. “Não vemos nenhum motivo para aventar a hipótese de uma recuperação mais rápida”, concluiu.
Setor automotivo pós-pandemia
Especialistas ainda estão analisando como será o “novo normal” do setor automotivo brasileiro. Um ponto que é um consenso entre os analistas de mercado sobre este setor, é a digitalização.
Se antes da pandemia, as vendas online já tinham um número alto, no pós-pandemia serão uma obrigação para sobreviver.
Segundo Ricardo Bonzo, CEO do site de vendas iCarros, “muita gente está esperando o mercado voltar ao normal, algo que não vai acontecer. Teremos um novo modo de se relacionar e de negociar”, avalia.
De acordo com ele, o desafio não é novo: “É um processo evolutivo normal. Dados do Google já mostram que os clientes, que no passado visitavam 5 a 7 lojas antes de comprar um carro , hoje vão a apenas 1,3”, diz. Ele ainda explica: “as pessoas já substituíram o passeio nas concessionárias pela pesquisa e negociação online. O desafio agora é encantar o cliente nesta nova plataforma.”

Outro ponto importante é que mesmo com a lógica da crise nos direcionando a pensar que os consumidores irão procuras veículos de “segunda mão”, não será isso que vai acontecer no pós-pandemia. A compra e venda de carros em 2021 deve continuar em alta. O comprador com “dinheiro na mão” deverá prevalecer.
Com a alta do dólar e a alta pressão nos custos, os preços dos carros novos já estão aumentando. Isso vai gerar uma baixa nos valores dos usados, que serão transformados em caixa para pagar despesas.
O que também poderá contribuir para a queda no preço dos usados, é o grande volume de devoluções dos veículos de locadoras.
Fonte: carros2021.pro.br